Descrição
Esse Protocolo foi revisado pelo Comitê Técnico de Saúde da População LGBTIA+ e por profissionais de saúde de diversas instituições públicas.
Em Julho de 2020, o Comitê publicou seu primeiro documento norteador, o “Protocolo para o atendimento de pessoas transexuais e travestis no município de São Paulo” e, atualmente, publica sua nova versão, revisada e ampliada.
A implementação deste protocolo é norteada pela Política Municipal de Saúde Integral de Pessoas LGBTIA+, acompanhada pelo Comitê Técnico de Saúde Integral de LGBTIA+ da SMS e avaliada por processos nas instâncias. As unidades de saúde que se preparam para atender as pessoas trans, travestis e com vivência de variabilidade de gênero, através de formações ou de organizações internas, passam a integrar a Rede Sampa Trans.
Acesse o documento completo: https://drive.google.com/file/d/1gwpmFudfWEMxb2_PdExidF-hGu63GAeV/view?usp=sharing
Informações adicionais
A consulta pública se destina a todos os trabalhadores e gestores da rede, bem como para a sociedade civil, para que possam ler e contribuir com o documento no seu lançamento. Mesmo se tratando de um documento técnico, será disponibilizado publicamente e a população poderá se beneficiar das informações contidas, no sentido de conhecer a rede de serviços e protocolos.
Para comentar este documento, você deve acessar sua conta ou registrar nova conta. Em seguida, selecione o texto que deseja comentar e pressione o botão com o lápis. Se você é uma pessoa com deficiência, clique no link/botão "Acessibilidade/ Contribuir na consulta pública".
Comentário Dr Emmanuel Nasser Vargas Araujo de Assis:
pelos usuários para conferir cidadania. O processo de autonomia sobre os seus corpos e suas vivências estimulados e fomentados pelas equipes que compõem a “Rede Sampa Trans” garantem que essas pessoas sejam responsáveis pelas suas jornadas e decisões, inclusive para compreenderem que resultados cirúrgicos no sobrepeso podem ser aquém daqueles vistos em outros corpos com o IMC < 25.
Sugiro que na nova versão do protocolo, o IMC seja flexibilizado para MENOR OU IGUAL A 30 e que o recorte de IMC MENOR OU IGUAL A 27 (como está expresso nessa versão para consulta pública) seja usada apenas nos casos que apresentem comorbidades graves (como cardiopatias e endocronopatias, por exemplo). Aos usuários que estiverem no IMC considerado como sobrepeso serão ofertados esclarecimentos sobre os riscos e assinarão um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido sobre as implicações do procedimento realizados em corpos tidos como “não eutróficos”.
Comentário Dr Emmanuel Nasser Vargas Araujo de Assis:
Outro ponto que torna importante a flexibilização desse recorte do IMC são os Guidelines recentes que demonstram que o reganho de peso num curto intervalo de tempo acontece quando não associado intervenções farmacológicas ao longo do processo de emagrecimento. E a rede pública não fornece medicações (como topiramato, bupropiona e sibutramina, por exemplo) como política de intervenção em saúde, restando, apenas, o seguimento dietético com profissionais da nutrição.
Ressalto, ainda, que os procedimentos contemplados no protocolo municipal (em sua primeira versão e agora nessa segunda) não são de cunho estético. As cirurgias são acessadas pelos usuários para conferir cidadania.
Comentário de: Dr. Emmanuel Nasser Vargas Araujo de Assis
O recorte do IMC menor que 27 para acesso ao procedimento cirúrgico tem sido o principal entrave no processo transexualizador. É de conhecimento amplo que a obesidade é uma doença sistêmica, crônica e multifatorial e, portanto, exigindo esforços múltiplos dos cuidadores em saúde para contorná-la. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) “a obesidade é o excesso de gordura corporal, em quantidade que determine prejuízos à saúde; classicamente, uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m²”. Além disso, Kumar, Abbas, Fausto et al. Apontam que o mecanismo de ganho de peso é mediado por mecanismos neurais e humorais complexos que influem no sistema de apetite e saciedade.
Considerando
que a obesidade é uma doença crônica onde a ausência de um tratamento completo (atividade física + acompanhamento médico e nutricional + medicação) não possui taxas evidentes de perda de peso e manutenção da perda de peso a longo prazo, é gordofóbico colocar
um alvo de IMC para uma cirurgia tão importante como a mamoplastia masculinizadora. Ainda, indivíduos trans deixam de praticar atividade física por disforias de mamas. Sabe-se também que o principal fator de risco para as complicações é o tabagismo, e não
o IMC. [Henry
SL, Crawford JL, Puckett CL. Risk factors and complications in reduction mammaplasty: novel associations and preoperative assessment. Plast Reconstr Surg. 2009 Oct;124(4):1040-6. Hall-Findlay EJ, Shestak KC. Breast reduction. Plast Reconstr Surg. 2015 Oct;136(4):531e
- 44e.]
.
Vale
ressaltar que o IMC não é um impeditivo para realizar mamoplastia em homens cis com ginecomastia, então porque o seria para homens trans!?
Comentário de Dr JULIO AMERICO PEREIRA BATATINHA
Considerando
que a obesidade é uma doença crônica onde a ausência de um tratamento completo (atividade física + acompanhamento médico e nutricional + medicação) não possui taxas evidentes de perda de peso e manutenção da perda de peso a longo prazo, é gordofóbico colocar
um alvo de IMC para uma cirurgia tão importante como a mamoplastia masculinizadora. Ainda, indivíduos trans deixam de praticar atividade física por disforias de mamas. Sabe-se também que o principal fator de risco para as complicações é o tabagismo, e não
o IMC. [Henry
SL, Crawford JL, Puckett CL. Risk factors and complications in reduction mammaplasty: novel associations and preoperative assessment. Plast Reconstr Surg. 2009 Oct;124(4):1040-6. Hall-Findlay EJ, Shestak KC. Breast reduction. Plast Reconstr Surg. 2015 Oct;136(4):531e
- 44e.]
.
Vale
ressaltar que o IMC não é um impeditivo para realizar mamoplastia em homens cis com ginecomastia, então porque o seria para homens trans!?
Comentário de Dr JULIO AMERICO PEREIRA BATATINHA