Processo de consulta pública
Código da proposta: 3863
Atualmente São Paulo possui poucas ruas de paralelepípedo, pavimento permeável e durável, que ajuda a evitar enchentes. Ao invés de asfaltar essas ruas, a prefeitura deveria mantê-las, contratando e treinando mão de obra para assentar adequadamente os blocos.
Utilizado na cidade de São Paulo desde 1856, o pavimento de paralelepípedo é histórico e pode durar centenas de anos. Mas atualmente, sua importância supera os aspectos estéticos e históricos: por ser permeável, contribui com o escoamento das águas pluviais para os lençóis freáticos e ajuda a evitar enchentes, podendo ser considerado uma solução baseada na natureza - SBN. Além disso, é importante ressaltar que as ruas de paralelepípedo são antigas e dificilmente possuem boca de lobo ou infraestrutura de captação de águas pluviais, de forma que asfalta-las, como se tornou comum em nossa cidade, é um grande equívoco.Os blocos de pedra também ajudam a manter o microclima local mais fresco e fazem com que os automóveis trafeguem em menor velocidade. Por estes motivos, existe um movimento crescente de moradores que se unem contra o asfaltamento de suas ruas de paralelepípedo, o que algumas vezes é respeitado pelo poder público. Mas mais do que não pavimentar com asfalto, é preciso que a prefeitura invista na adequada manutenção dessas ruas, que estão sempre esburacadas e remendadas com pixe. Parte do problema é provocado pelas concessionárias de água e gás, que fazem obras de manutenção e não deixam o pavimento da forma como encontraram. Ou seja: é preciso investir em: 1) qualificação do serviço de tapa-buraco, para que execute tarefas mais especializadas; 2) fiscalizaçãoo e cobrança das empresas concessionárias para que cumpram suas responsabilidades contratuais.
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Tenho acompanhado a reposição dos paralelepípedos, seja pela Sabesp, seja pela Prefeitura, na Sebastião Velho (Pinheiros) e ruas vizinhas O trabalho não tem sido bom. As ruas ficam desniveladas. Aí sim, tornam-se um problema. Deve existir norma técnica a ser seguida. As empresas de serviços públicos deveriam ser multadas quando não obedecessem a esse tipo de normatização. Só assim elas teriam mais cuidado. Quanto ao trabalho da própria Prefeitura, concordo com a Fernanda: é preciso formar mão de obra com conhecimento específico para o trabalho. Vocês podem notar que nas ruas de paralelepípedo mais antigas a colocação foi muito mais cuidadosa do que se faz atualmente.
As ruas com paralelepipedo sao pequenas, planas, possuem majoritariamente transito local dos proprios moradores. Preservar elas ajuda no escoamento da agua, segurança das crianças e familias que andam a pé, reduzem a velocidade dos carros que passam, e requerem menos manutençao que asfalto mal feito. Aguentam mais as chuvas e protegem a vegetacao. O unico problema atual é a falta de mao de obra para dar manutencao, quando, por exemplo, a sabesp precisa abrir a rua para passar um cano novo. Ou quando a congas precisa passar tubulacao. Sao essas situacoes que acabam removendo as atuais pedras e que nao sao propriamente repostas. Quando um time vai realizar obra publica em via de paralelepipedos, um time especializado ja deveria ser acionado e ficar a postos para quando precisar reparar
Você tem toda razão. Alem de não asfaltar, o poder público precisa reaprender a fazer a manutenção dos paralelepípedos. Pelo que tenho pesquisado e observado sobre esse tema, pois moro num bairro com algumas ruas com esse pavimento, o segredo está na compactação do solo que vai dar suporte aos blocos de pedra. Seria muito interessante se a prefeitura fizesse um projeto piloto em algumas ruas, de forma a qualificar um grupo de trabalhadores para fazer esse serviço da forma como deve ser feito.
Os paralelepípedos têm uma importante papel para a absorção das águas no solo da cidade e a redução da temperatura. Por que não preservar o que funciona e contribuir de fato para mitigar os efeitos das mudanças climáticas?
Preservar ruas com paralelepípedos não é uma decisão pública, é técnica. Paralelepípedos são escorregadios na chuva, ruidosos, dificultam a sinalização horizontal, danificam veículos e aumentam o risco de acidentes, especialmente em cruzamentos. Também comprometem a mobilidade de quem mais precisa: cadeiras de rodas, carrinhos de bebê e pessoas com deficiência têm sua circulação dificultada. Além disso, inviabilizam o uso de bicicletas e patinetes, desestimulando modos de transporte mais sustentáveis. A manutenção é cara, demorada e ineficiente. Não há ganho ambiental, técnico ou funcional que justifique sua permanência onde não há valor histórico concreto. Pavimento urbano deve ser seguro, acessível e eficiente. Paralelepípedos não cumprem mais esse papel. Pavimento não é patrimônio — é infraestrutura, e deve acompanhar as necessidades reais da cidade e de quem nela circula todos os dias. Segurança e acessibilidade devem vir antes do saudosismo.
Discordo de você. A proposta não é instalar novas ruas de paralelepípedos, mas manter as poucas que existem, pelos motivos acima expostos. Paralelepípedos em ruas íngremes podem ser substituídos por outros pisos permeáveis, exceto asfalto, que contamina o lençol freático. As ciclovias não precisam passar pelas poucas vias de paralelepípedo existentes. Barulhentas sao as ruas de asfalto, que são um convite para a velocidade dos automóveis.
As ruas de paralelepípedos contribui para a alimentação do lençol freático, se os governantes dizem que São Paulo é participante do combate as mudanças climáticas, deve apoiar essa iniciativa, prestigia-la, divulgá-la. Parabéns.