Descrição
Considerando a previsão de encerramento do Contrato de Gestão nº 02/FTMSP/2021, para maio de 2026, a Fundação Theatro Municipal intenciona tornar público em breve o novo chamamento público para escolha de Organização Social de Cultura, qualificada no município, para a gestão do Complexo Theatro Municipal, seus corpos artísticos, sua programação e equipamentos. Esperamos que a participação social corrija distorções e aponte soluções para que o contrato de gestão a ser celebrado seja aprimorado em relação ao contrato vigente.
Informações adicionais
Em relação à minuta do edital submetida à consulta pública, fazemos os seguintes alertas:
1) As datas e os valores mencionados nesta minuta são apenas ilustrativos;
2) Todos os valores e datas serão atualizados na versão final do edital;
Para comentar este documento, você deve acessar sua conta ou registrar nova conta. Em seguida, selecione o texto que deseja comentar e pressione o botão com o lápis. Se você é uma pessoa com deficiência, clique no link/botão "Acessibilidade/ Contribuir na consulta pública".
Para ser considerados VANGUARDA, primeiro precisam ter alguma base de conhecimento artístico na referida área, e aí então propor uma visão vanguardista daquela arte, isso se viu em toda a história da música e de ópera. Basta observar por exemplo as obras hoje consagradas de Britten (Peter Grimes, A Volta do Parafuso); de Janacek (Jenufa), Shostakovich (Lady Macbeth de Mtsensk). Entre outras, essas são apenas EXEMPLOS de VANGUARDA na ópera. Compositores que conhecendo todo o histórico daquela forma de arte propuseram uma NOVA versão coerente com séculos de história. O que está sendo feito é uma destruição e desrespeito, sem critérios absolutamente questionáveis, sendo inclusive utilizada a palavra "ANACRÔNICO", para tratar de uma das formas de arte mais completa e complexa que existe. Isso que está sendo feito não se trata de VANGUARDA, e sim DESCONSTRUÇÃO sistemática e declarada, convenientemente, sempre com pano de fundo político.
A auto estima delirante da comparação com MÁRIO DE ANDRADE é a cereja do bolo.
É realmente chocante o nível dos comentários neste item. Que visão reduzida da história das próprias linguagens que supostamente estão defendendo aqui. A diversificação da programação do Theatro Municipal não representa um afastamento da ópera, da música de concerto ou do balé, mas a continuidade de uma tradição que acompanha a própria história dessas linguagens. Desde o seu surgimento, a ópera, por exemplo, se renovou constantemente ao dialogar com diferentes formas artísticas e contextos culturais, incorporando inovações que garantiram sua vitalidade ao longo dos séculos. Seguindo esse mesmo espírito, o Theatro Municipal, enquanto equipamento público da cidade, respeita a sua própria história ao abrir-se a múltiplas expressões, formando novos públicos e democratizando o acesso à arte. Longe de reduzir a importância de suas linguagens fundacionais, essa abertura as reafirma e valoriza, inserindo-as em um horizonte mais amplo de circulação cultural e de renovação estética.
Um exemplo claro está na gestão de Mário de Andrade como diretor do Departamento de Cultura de São Paulo (1935–1938). Embora fosse um profundo conhecedor e defensor da música erudita, Mário não restringiu a atuação do Theatro Municipal a ópera, concerto e balé. Pelo contrário: promoveu temporadas de ópera e música de concerto, mas, ao mesmo tempo, incorporou apresentações de música popular, de grupos corais amadores, de danças e de manifestações culturais de diferentes origens, reconhecendo nelas o valor artístico e o potencial formador de públicos. Sua visão estava ancorada no princípio de que o Theatro Municipal, como equipamento público, deveria refletir a diversidade cultural da cidade e democratizar o acesso à arte. Assim, Mário reafirmava a centralidade da ópera e da música de concerto no Municipal, mas em diálogo com uma programação mais ampla, em sintonia com a própria história da ópera, que sempre se reinventou a partir de intercâmbios e experimentações.
É muito triste perceber que a história da ópera, a história da música de concerto, momentos importantes como a gestão Mário de Andrade e a própria história do Theatro Municipal sejam desprezados em função de visões anacrônicas. Os artistas da casa têm todo o direito de defender a sua estabilidade e a importância de manter a excelência. Mas isso nada tem que ver com preconceitos artísticos que reduzem o potencial artístico de um dos maiores orçamentos de cultura do país.
(continua)
É tarefa desta administração, por lei, e por direito! Portanto, a democratização e a defesa das linguagens específicas do Theatro são muito relevantes para a existência dos corpos artísticos, e do próprio patrimônio histórico! Não se trata de sermos hostis em relação às outras linguagens, mas explica e justifica a cautela com a destinação do Theatro para essas linguagens (e outras ações) que, além de não estarem contempladas no escopo da finalidade do Theatro, acaba por dizimar as atividades específicas que lá são realizadas há mais de cem anos!
O art. 4º da Lei da Fundação, de 2011, é claro! Não existe esse item “Diversificação da programação, incluindo outras linguagens artísticas”! Portanto, questiono a legalidade deste item! A finalidade do Theatro, legalmente, é específica: música, dança e ópera. O equipamento foi estruturado para essas linguagens, pois o legislador já havia entendido que não há outro espaço público com estruturas compatíveis com essas linguagens na cidade de São Paulo, que pertence à municipalidade. O legislador reconheceu a importância de se preservar a estrutura em sua dimensão física, pois é um patrimônio histórico, mas também em sua dimensão cultural, pois ali atuam como residentes, corpos estáveis especializados naquelas linguagens. O legislador reconheceu e definiu, no inciso V, que cabe à Fundação “prover a gestão do Theatro Municipal de São Paulo, valorizando e conservando tanto o seu patrimônio histórico-cultural quanto os seus ACERVOS ARTÍSTICO, TÉCNICO E PROFISSIONAL”.
(continua)
Diversificar em matéria de óperas, balés e concertos é trazer ao público o que esses universos contém em termos de repertório e potencialidades e criatividades, mas obrigar a temporada oficial do Theatro (e o orçamento oficial do Theatro) a conter espetáculos de outra natureza, cobrindo assim uma obrigação de outros departamentos da Secretaria de Cultura pela cidade, é reduzir o espaço de ópera, concertos e dança na cidade, que já é reduzido. Parcerias ocasionais sim, mas redução de espaço, redução da finalidade do Theatro e uso do orçamento do Theatro para outros fins, não!
Exatamente! Há que se valorizar o espaço para a ópera, música de concerto, balé, vocação do Theatro Municipal.
Perfeito
Exato!
A vocação do TMSP é a ópera, concertos e dança com BCSP. Todas as demais expressões artísticas podem acontecer em diversos tipo de espaço, sem tantas exigências da natureza da função, como a ópera, os concertos e o balé.
A natureza do nosso trabalho é específica e especializada, precisa de Theatro com fosso, coxia, acústica própria e etc...
Diversificar é uma coisa, tirar ou diminuir a ponto de quase esvaziamento da função principal, é outra.
Quase não existem espaços específicos para a realização da ópera, e querem tirar um dos únicos onde se pode realizar com excelência.
reforço o comentário já feito: A vocação do TMSP é a ópera , concertos e dança com o BCSP, para shows, festas, eventos e afins existem outros equipamentos públicos adequados para isso.
Temos visto o Theatro Municipal lotado em todas as suas produções de ópera e demais atividades, além de fazer produções acessíveis a todo o tipo de público. A busca deve ser exatamente pela continuidade e divulgação cada vez maior dessas linguagens, próprias de um Theatro projetado especificamente para elas.
Também não faz sentido algum quando uma gestão que trabalha na prática diversidade artística e suas potencialidades e o resultados disso é a censura, como colocam artigo a ser cumprido no edital a execução de “outras linguagens artísticas”?sendo que a OS já fazia isso, e muito bem.
O problema nem é promover a diversificação, o problema é um politico, diretor de uma fundação ou gestor de uma OS que não entende nada de arte, querer definir o que seria a tal diversidade… Isso cabe aos diretores e gestores de cada corpo artístico definir. Essa ingerência é o que causa problema.
Excelente! Isso reforça a herança histórica do próprio Theatro Municipal de São Paulo que desde sua inauguração abrindo portas para outras linguagens artísticas e, portanto, para outros públicos. É uma forma de promover não só seu repertório operítistico, mas também ligados à outras linguagens. O BCSP é um exemplo disso! Um balé que inicialmente foi criado com intensão clássica de servir às apresentações de ópera mas que hoje engendra-se em uma pesquisa de dança contemporânea!