01. Os Eixos de Estruturação da Transformação Urbana foram criados no Plano Diretor Estratégico (PDE) a partir dos conceitos de “Cidade Compacta” e de “Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável” para orientar o crescimento da cidade nas proximidades do transporte público, reduzir deslocamentos e aproximar as áreas de emprego e moradia. Assim, o PDE procurou promover um adensamento populacional nas áreas próximas da rede de transporte coletivo (metrô, trens e corredores de ônibus). Assinale a alternativa com a qual você mais concorda:
Acho que a cidade realmente precisa observar melhor o CA, mas considerando vários dos comentários aqui realizados, não será uma tarefa das mais fáceis. Por mim, a cidade nem precisava ditar o gabarito ou o CA máximo nesses eixos.
Não há necessidade de criação de mais equipamentos públicos, mas a contratação de mais pessoas para trabalhar nos equipamentos que já existem. Um fracasso, em minha opinião, são as UBS`s. Exemplo: pessoas que moram no Jabaquara são enviados para a Sapopemba com a finalidade de passar por consulta - isto está muito errado. Se houver mais médicos, enfermeiros e demais profissionais, o equipamento consegue atender mais pessoas. Esse exemplo vale para todas áreas, não apenas saúde. Por esse exemplo, sou contra a Cidade Compacta, visto que, permanecendo o munícipe na mesma região, a lotação no transporte público é reduzida consideravelmente.
Outro ponto importantíssimo é instalar limitadores de velocidade para os ônibus. Eu sofri um acidente dentro de um ônibus no dia 18/04/22 e fiquei com uma das vértebras fraturadas, me afastando do trabalho por 105 dias. Não posso subir uma escada, por exemplo. Esse abuso de velocidade dos motoristas de ônibus precisa acabar.
Não faz sentido ser contra uma cidade compacta e os equipamentos jamais atingirão um equilíbrio em termos de pessoal e demanda de usuários enquanto o uso e ocupação do solo for tão ruim e desequilibrado no município.
Devido a legislação, neste zoneamento virou empreendimentos de produtos compactos e tirou a liberdade de empreender. Poderia ter sido feito limitantes de ter parte do coeficiente destinado a apartamentos compactos (através da cota parte), mas dar liberdade de ser desenvolvidos outros tipos de produto, sem ter limitadores por exemplo de vaga. Acho interessante ter a fachada ativa, porém redundante ter obrigatoriedade de ter em todas as testadas, quando o terreno tiver mais de 1 frente. São detalhes que fazem os empreendimentos serem melhor desenvolvidos.
Ora, mas não faz sentido estimular ainda mais vagas. O mercado está produzindo essa dicotomia porque insiste nas vagas. É verdade que a cidade se acovarda ao não restringir o carro de maneira mais contundente, mas o mercado também está se equivocando na formatação dos produtos. Eu também não acho redundante a questão das fachadas ativas, porque o mercado já desenvolveu empreendimentos murados demais e precisa repensar. Talvez o mercado precise contratar mais arquitetos, buscando soluções verdadeiras e que exploram a legislação verdadeiramente (talvez explorar melhor as áreas livres, as opções de conectividade entre empreendimentos, a sondagem prévia de interessados, a modularização das tipologias dos térreos etc).
O adensamento nos eixos tem gerado um processo de gentrificação e coloca os eixos sob o risco de passar pela mesma dinâmica do centro e ter os eixos esvaziados, causando problema de segurança. Há a necessidade de submeter parte da oferta de unidades ao interesse social.
Como o processo de gentrificação (termo que, per se, é questionável, diga-se de passagem) seria evitado sem adensamento (o que necessariamente passa por verticalização por uma questão de salubridade)? E se a gentrificação for produto de um processo de ocupação que envolve os atuais moradores, inclusive sendo chamariz para os atores do mercado imobiliário que são tratados como únicos vilões? Travar o processo de adensamento não provocaria o aumento do valor do m², beneficiando apenas os atuais proprietários, tornando-os atores especulativos do mercado imobiliário de São Paulo? No mais, concordo que precisamos de mais unidades para HIS e HMP, mas não entendi como os eixos poderiam passar pelo mesmo processo do Centro Velho.
Após a pandemia, mostrou que não há essa necessidade de proximidade de emprego/trabalho. Ainda assim a proposta de apenas 1 vaga de garagem para empreendimentos próximos ao metrô só afastou os interessados e os imóveis estão encalhados. Além disso, a complexidade dos empreendimentos, fez inflar os valores por m2.
É necessário urgente, incentivar locais que não possuem metrô. Moro na região do bairro do Campo Grande e por uma eterna incompetência da subprefeitura, não há metro, nem terminais e nem trem para acesso da população local. Além disso as vias são estreitas. Como não há opções de transporte público, as pessoas são obrigadas a comprar carros, como as vias são estreitas, vai gerar um transito insuportável. Além disso não há incentivo ou novos lançamentos de empreendimentos.
Continua existindo a necessidade, até mesmo pelo tipo de mercado de trabalho de baixa remuneração e baixa qualificação que nós temos. Óbvio que existem interessados em imóveis próximos de estações de metrô que querem mais vagas de garagem, mas a cidade não está errada ao restringir o número de vagas, os moradores é que estão errados ao insistirem no automóvel em uma cidade como São Paulo. Bairros (produtos de loteamentos, na verdade, porque a cidade não tem bairros oficialmente delimitados) como o citado surgiram justamente porque São Paulo não se verticaliza e não se adensa de maneira racional, transferindo toda a pressão decorrente para o sistema de transporte coletivo, que passa a ter a falsa obrigação de levar infraestrutura de alta capacidade para uma série de subúrbios de péssima qualidade (vários deles autoconstruídos). Devemos estimular a migração da população dos bairros de má qualidade para bairros de maior qualidade.
Não, pelo contrário. As empresas é que estão bravas de não poder vender seu produto tradicional cheio de vagas, que é o que realmente atrapalha a cidade e o bairro.
Entendo que houve o adensamento previsto, entretanto concordo que a obrigatoriedade das fachadas ativas não cumprirá seu papel de fato, pois acredito que muitos imóveis terão suas lojas desocupadas. Outra questão importante a ser discutida é a cota de terreno, pois de acordo com a cota imposta x custo dos terrenos, vemos a proliferação do mais do mesmo em termos de tipologias habitacionais. Poderíamos propor uma forma de dar mais liberdade nas tipologias existentes, além de incentivos para implantação de habitação EHIS e EHMP nestes eixos.
Acho que a ideia de maior liberdade tipológica tem seu lugar, desde que não repita cacoetes do mercado em torno do aumento do número de vagas de garagem. As lojas desocupadas, se devidamente mantidas pelos condomínios, não são necessariamente um problema e criam uma maior oportunidade de dinamização do passeio em comparação com muros. Concordo que HMP e HIS precisam de maior espaço nos eixos, inclusive com metragens compatíveis com a composição familiar típica do nosso tempo.
O desenvolvimento ocorrido nas áreas dos Eixos de Estruturação Urbana nos últimos anos não cumpriu efetivamente os objetivos previstos, pois não obrigou o uso de fachadas ativas (comércio no térreo dos edifícios), não obrigou que houvesse maior participação de Habitação de Interesse Social nos empreendimentos. As novas edificações que estão sendo construídas só aumentam a desigualdade social que já existe nesses territórios.
Concordo em partes, não tenho certeza de que há aumento da desigualdade social. Sempre temo pelo engessamento dessas localidades, beneficiando os atuais proprietários e criando um efeito dominó que afeta a cidade toda (o que, na minha opinião, é o que tem aumentado a desigualdade social nos territórios paulistanos).
O adensamento e a falta de limite de horario comercia pras obras prejudicou kuito areas verdes e bairros de casas tradicionais em SP. O alto valor do m2 nao gerou nenhum acesso e o bairro nao teve apoio para lidar com o excesso de pessoas, transito e lixo.
Por "bairros de classe média", leia-se "subúrbios que são a expressão do 'sonho molhado' do sobrado com duas vagas de garagem", muitas vezes em detrimento do acesso ao sistema metroferroviário, capturando apenas a valorização econômica resultante da presença dessas infraestruturas, sem, no entanto, oferecer um uso e ocupação do solo compatíveis com a oferta de lugares oferecida.
Não concordo. Densidade construtiva não é densidade habitacional. E temos pouquíssimos prédios de 50 andares (para não dizer que nenhum deles é de alta densidade habitacional). O que temos hoje é ausência de adensamento e excesso de espraiamento, com efeitos nefastos.
O coeficiente de aproveitamento é baixo para realmente incentivar o adensamento nos eixos de transporte.
Acho que a cidade realmente precisa observar melhor o CA, mas considerando vários dos comentários aqui realizados, não será uma tarefa das mais fáceis. Por mim, a cidade nem precisava ditar o gabarito ou o CA máximo nesses eixos.
Não há necessidade de criação de mais equipamentos públicos, mas a contratação de mais pessoas para trabalhar nos equipamentos que já existem. Um fracasso, em minha opinião, são as UBS`s. Exemplo: pessoas que moram no Jabaquara são enviados para a Sapopemba com a finalidade de passar por consulta - isto está muito errado. Se houver mais médicos, enfermeiros e demais profissionais, o equipamento consegue atender mais pessoas. Esse exemplo vale para todas áreas, não apenas saúde. Por esse exemplo, sou contra a Cidade Compacta, visto que, permanecendo o munícipe na mesma região, a lotação no transporte público é reduzida consideravelmente.
Outro ponto importantíssimo é instalar limitadores de velocidade para os ônibus. Eu sofri um acidente dentro de um ônibus no dia 18/04/22 e fiquei com uma das vértebras fraturadas, me afastando do trabalho por 105 dias. Não posso subir uma escada, por exemplo. Esse abuso de velocidade dos motoristas de ônibus precisa acabar.
Não faz sentido ser contra uma cidade compacta e os equipamentos jamais atingirão um equilíbrio em termos de pessoal e demanda de usuários enquanto o uso e ocupação do solo for tão ruim e desequilibrado no município.
Devido a legislação, neste zoneamento virou empreendimentos de produtos compactos e tirou a liberdade de empreender. Poderia ter sido feito limitantes de ter parte do coeficiente destinado a apartamentos compactos (através da cota parte), mas dar liberdade de ser desenvolvidos outros tipos de produto, sem ter limitadores por exemplo de vaga. Acho interessante ter a fachada ativa, porém redundante ter obrigatoriedade de ter em todas as testadas, quando o terreno tiver mais de 1 frente. São detalhes que fazem os empreendimentos serem melhor desenvolvidos.
Ora, mas não faz sentido estimular ainda mais vagas. O mercado está produzindo essa dicotomia porque insiste nas vagas. É verdade que a cidade se acovarda ao não restringir o carro de maneira mais contundente, mas o mercado também está se equivocando na formatação dos produtos. Eu também não acho redundante a questão das fachadas ativas, porque o mercado já desenvolveu empreendimentos murados demais e precisa repensar. Talvez o mercado precise contratar mais arquitetos, buscando soluções verdadeiras e que exploram a legislação verdadeiramente (talvez explorar melhor as áreas livres, as opções de conectividade entre empreendimentos, a sondagem prévia de interessados, a modularização das tipologias dos térreos etc).
Exatamente.
O adensamento nos eixos tem gerado um processo de gentrificação e coloca os eixos sob o risco de passar pela mesma dinâmica do centro e ter os eixos esvaziados, causando problema de segurança. Há a necessidade de submeter parte da oferta de unidades ao interesse social.
Como o processo de gentrificação (termo que, per se, é questionável, diga-se de passagem) seria evitado sem adensamento (o que necessariamente passa por verticalização por uma questão de salubridade)? E se a gentrificação for produto de um processo de ocupação que envolve os atuais moradores, inclusive sendo chamariz para os atores do mercado imobiliário que são tratados como únicos vilões? Travar o processo de adensamento não provocaria o aumento do valor do m², beneficiando apenas os atuais proprietários, tornando-os atores especulativos do mercado imobiliário de São Paulo? No mais, concordo que precisamos de mais unidades para HIS e HMP, mas não entendi como os eixos poderiam passar pelo mesmo processo do Centro Velho.
Após a pandemia, mostrou que não há essa necessidade de proximidade de emprego/trabalho. Ainda assim a proposta de apenas 1 vaga de garagem para empreendimentos próximos ao metrô só afastou os interessados e os imóveis estão encalhados. Além disso, a complexidade dos empreendimentos, fez inflar os valores por m2.
É necessário urgente, incentivar locais que não possuem metrô. Moro na região do bairro do Campo Grande e por uma eterna incompetência da subprefeitura, não há metro, nem terminais e nem trem para acesso da população local. Além disso as vias são estreitas. Como não há opções de transporte público, as pessoas são obrigadas a comprar carros, como as vias são estreitas, vai gerar um transito insuportável. Além disso não há incentivo ou novos lançamentos de empreendimentos.
Continua existindo a necessidade, até mesmo pelo tipo de mercado de trabalho de baixa remuneração e baixa qualificação que nós temos. Óbvio que existem interessados em imóveis próximos de estações de metrô que querem mais vagas de garagem, mas a cidade não está errada ao restringir o número de vagas, os moradores é que estão errados ao insistirem no automóvel em uma cidade como São Paulo. Bairros (produtos de loteamentos, na verdade, porque a cidade não tem bairros oficialmente delimitados) como o citado surgiram justamente porque São Paulo não se verticaliza e não se adensa de maneira racional, transferindo toda a pressão decorrente para o sistema de transporte coletivo, que passa a ter a falsa obrigação de levar infraestrutura de alta capacidade para uma série de subúrbios de péssima qualidade (vários deles autoconstruídos). Devemos estimular a migração da população dos bairros de má qualidade para bairros de maior qualidade.
Existe algum dado oficial que sustente essa tese de que imóveis com 1 vaga de garagem estão "encalhados"?
Não, pelo contrário. As empresas é que estão bravas de não poder vender seu produto tradicional cheio de vagas, que é o que realmente atrapalha a cidade e o bairro.
Entendo que houve o adensamento previsto, entretanto concordo que a obrigatoriedade das fachadas ativas não cumprirá seu papel de fato, pois acredito que muitos imóveis terão suas lojas desocupadas. Outra questão importante a ser discutida é a cota de terreno, pois de acordo com a cota imposta x custo dos terrenos, vemos a proliferação do mais do mesmo em termos de tipologias habitacionais. Poderíamos propor uma forma de dar mais liberdade nas tipologias existentes, além de incentivos para implantação de habitação EHIS e EHMP nestes eixos.
Acho que a ideia de maior liberdade tipológica tem seu lugar, desde que não repita cacoetes do mercado em torno do aumento do número de vagas de garagem. As lojas desocupadas, se devidamente mantidas pelos condomínios, não são necessariamente um problema e criam uma maior oportunidade de dinamização do passeio em comparação com muros. Concordo que HMP e HIS precisam de maior espaço nos eixos, inclusive com metragens compatíveis com a composição familiar típica do nosso tempo.
Perfeito.
O desenvolvimento ocorrido nas áreas dos Eixos de Estruturação Urbana nos últimos anos não cumpriu efetivamente os objetivos previstos, pois não obrigou o uso de fachadas ativas (comércio no térreo dos edifícios), não obrigou que houvesse maior participação de Habitação de Interesse Social nos empreendimentos. As novas edificações que estão sendo construídas só aumentam a desigualdade social que já existe nesses territórios.
Concordo em partes, não tenho certeza de que há aumento da desigualdade social. Sempre temo pelo engessamento dessas localidades, beneficiando os atuais proprietários e criando um efeito dominó que afeta a cidade toda (o que, na minha opinião, é o que tem aumentado a desigualdade social nos territórios paulistanos).
O adensamento e a falta de limite de horario comercia pras obras prejudicou kuito areas verdes e bairros de casas tradicionais em SP. O alto valor do m2 nao gerou nenhum acesso e o bairro nao teve apoio para lidar com o excesso de pessoas, transito e lixo.
O adensamento so beneficiou as grandes incorporadoras e acabou com os bairros de classe média
Por "bairros de classe média", leia-se "subúrbios que são a expressão do 'sonho molhado' do sobrado com duas vagas de garagem", muitas vezes em detrimento do acesso ao sistema metroferroviário, capturando apenas a valorização econômica resultante da presença dessas infraestruturas, sem, no entanto, oferecer um uso e ocupação do solo compatíveis com a oferta de lugares oferecida.
excesso de adensamento prejudica a todos. Prédios de 50 andares em volta das estações de metrô, tornam a circulação impossível.
Não concordo. Densidade construtiva não é densidade habitacional. E temos pouquíssimos prédios de 50 andares (para não dizer que nenhum deles é de alta densidade habitacional). O que temos hoje é ausência de adensamento e excesso de espraiamento, com efeitos nefastos.